A ciência e intelectualidade também fizeram sua parte:Adam Smith considerado um dos pais do capitalismo com a publicação de A Riqueza as Nações,obra que lançava as bases teóricas da economia,junto às inovações no campo científico com a introdução de máquinas automáticas a vapor que multiplicavam os resultados da produção,que até aquele ponto estavam nas fases artesanais e manufatureiras onde um produto podia levar dias para ficar pronto enquanto no método industrial,podia ser somente horas.
Tais inclementos foram de tão relevância que mudaram para sempre o modo de se trabalhar e ganhar dinheiro,seus reflexos se disseminaram para os outros países europeus,além de EUA e Japão.A oferta por mais produtos aumentou gerando maior consumo da população de modo geral barateando em muitos casos seus preços e acesso,a riqueza também aumentou pois concentrava os lucros nos pioneiros industriais e investidores capitalistas.A revolução foi geral e onipresente na vida das pessoas.
No entanto juntamente com tantas benesses outras consequências vieram desta revolução.
Trabalho infantil,análogo à escravidão
Enquanto as Américas viviam em pleno sistema escravagista explorando a mão-de-obra africana nas lavouras do plantation com o trabalho praticamente ininterrupto de homens,mulheres,crianças e até idosos.O trabalho infantil era comum e aceito dentro da comunidade britânica desde muito tempo,já que até aquela época as diferenças entre crianças e adultos eram mal-compreendidas e até ignoradas porém esse quadro mudou dramaticamente com a revolução e o êxodo do campo para às cidades em busca de trabalho nas fábricas.
O escritor Charles Dickens célebre pelas obras Oliver Twist e David Copperfield ,sendo esta considerada uma auto-biografia,foi obrigado a trabalhar em uma fábrica de tintas em condições insalubres quando seu pai havia sido preso.Uma condição inclusive relegada a maioria delas,teares,fábricas e minas de carvão eram locais de trabalho normais para crianças que conviviam com doenças,acidentes e mortes em jornadas de trabalho de 14 até 16 horas diárias com ínfimos salários.
Crianças pobres começavam a trabalhar desde cedo por obrigação dos pais ou para ajudar a família,apesar da idade de trabalhar variar de região para região,elas começavam entre os 8 e 10 anos mas crianças de 6 anos já podiam ser vistas trabalhando em muitos casos,já que não existiam leis específicas que regulassem seu trabalho,que não contava com nenhum tipo de benefício.Denúncias de maus-tratos eram rejeitadas ou ignoradas,mesmo quando sabidas pelos pais,preguiça ou desatenção no serviço eram punidas com agressões físicas.
Trabalho infantil em mina de carvão |
Pobreza e marginalização
Um dos efeitos colaterais da revolução que foi muito explorado por teóricos do socialismo como Karl Marx,foi a questão da pobreza na sociedade industrial.Mesmo com os avanços técnicos e financeiros oriundos da revolução para o Estado e a iniciativa privada,que adquiria muito prestígio,uma legião de despossuídos de recursos financeiros e trabalho também crescia.
Mesmo com a revolução consolidada,cenas como essa eram comuns até a segunda metade do século XIX |
Já que os operários que trabalhavam nas fábricas vendendo sua mão-de-obra,o único recurso que dispunham para o burguês proprietário dos meios de produção,tinham pouco poder de compra e logo pouco acesso a educação e recursos sanitários básicos se gerou problemas sociais graves sobretudo com a alta natalidade que acompanhava as pessoas da classe operária.Os cortiços,aglomerados de apartamentos e casas de baixa renda, se proliferavam com grandes famílias em seus interiores.
Mesmo para a Inglaterra, patrona da Revolução Industrial, os problemas consequentes do avanço da especulação imobiliária e do capital, agora restrito a uma pequena parcela da população, começavam a aparecer.Bairros pobres na capital do império tornaram-se comuns e frequentados por mendigos,marginais e prostitutas.
A criminalidade também foi um reflexo ignorado dentro desse contexto de onde criminosos célebres surgiam tal como Jack Estripador,que já ganhou uma postagem detalhada sobre seu caso, clique aqui e confira.
O neocolonialismo
Este foi um dos grandes trunfos europeus para adquirir mais mercados e matéria-prima para suas indústrias,pode-se dizer que a neo-colonização da África e Ásia,foram elementos muito importantes para a Revolução Industrial terminando por enriquecer ainda mais o já emergente capital europeu.A Companhia das Índias Orientais existia por decreto de Elisabeth I da Inglaterra a partir de 31/12/1600,e tinha todas as atribuições de uma empresa privada,o que já demonstrava o liberalismo econômico pioneiro do país na época.Essa Companhia foi uma das maiores responsáveis pela colonização inglesa durante a revolução conquistando grande parte da Ásia,um dos mais importantes mercados europeus de produtos exóticos como a seda,porcelana e o cobiçado chá.
Embora a Inglaterra não tenha sido a única nação européia responsável pelo neocolonialismo,a revolução e as suas consequências agravaram esse contexto a exemplo do que havia acontecido com a chegada européia na América em 1492.Todos os impérios africanos onde a influência européia alcançava na África subsaariana foram derrubados enquanto os impérios asiáticos foram reduzidos a meros fantoches das autoridades coloniais como na Índia e China.
A expulsão,assimilação e/ou extermínio das populações nativas atingiram níveis de organização científica sobretudo pelo apoio intelectual e 'moral' que o neocolonialismo tinha em suas metrópoles.Com a descoberta e divulgação da teoria da seleção natural de Charles Darwin em 1859,filósofos se apropriavam de seus conceitos para justificar a submissão de povos qualificados como inferiores pela força das armas de última geração desenvolvidas por europeus além da disseminação do cristianismo entre os nativos através de missionários enviados a todos os recantos da África e Ásia.A penetração da cultura européia também se dava através de aventureiros que passaram a visão do exótico e fantástico das paisagens que exploravam como fizeram David Livingstone por exemplo e que povoou a literatura e cinema.
A partilha da China pelas potências européias em uma charge |
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