terça-feira, 4 de junho de 2019

O Caso Marielle Franco-Anderson Gomes

Marielle Franco e Anderson Gomes,ambos mortos no dia 14 de março de 2018 durante uma perseguição pelas ruas do centro do Rio de Janeiro.O duplo homicídio atraiu a atenção da mídia,órgãos públicos,polícia,autoridades internacionais,ONG's e a população de modo geral para a então vereadora que lutava pelos direitos humanos na cidade do Rio de Janeiro.O crime ainda hoje se constitui um mistério aparentemente sem solução mesmo com a prisão dos supostos assassinos da jovem e seu motorista.As motivações e os mandante(s) ainda estão sendo investigadas.Mas outro ponto muito relevante no caso é:porque esse crime repercutiu tanto?Quem era Marielle,o alvo do ataque que vitimou seu motorista?



Marielle a ativista..
Essa pergunta levanta uma série de questões ligadas ao ativismo social da vereadora e suscitadas por diversos jornais e também autoridades políticas ligadas à jovem.Por que os assassinos escolheram-na?Este é um ponto crítico na investigação que ainda hoje mais de 1 ano após o crime se recusa em afirmar que de fato tudo não passou de uma execução,um crime premeditado aderindo também a outras hipóteses não esclarecidas.
O processo de investigação também é muito confuso e cheio de erros desde o inicio já que durante ela,muitas acusações de tentativas de obstrução tem sido relatadas contra policiais militares e políticos que visam atrapalhar a conclusão do caso e a identificação dos envolvidos no crime como a imprensa tem divulgado inúmeras vezes no decorrer de 2018 e 2019 em reportagens divulgadas pela TV Globo e Rede Record.

Mas Marielle também tem uma força simbólica muito grande no cenário cultural e social carioca por vários motivos e que explicaria em parte a repercussão que o crime causou.

1-Oriunda do complexo da Maré,uma problemática comunidade no subúrbio da cidade desde cedo ajudou nas finanças da família trabalhando como camelô indo na adolescência trabalhar na área de educação de onde nunca mais saiu mesmo com sua carreira política.A origem humilde será uma marca indelével na carreira política da jovem que se tornou conhecida como ativista dos direitos humanos sobretudo contra os abusos de autoridade de policiais militares dentro de comunidades carente no Rio de Janeiro contra moradores durante tiroteios e incursões.

Marielle durante discurso na câmara de vereadores

2-Marielle também era assumidamente bissexual,mãe de uma filha e vivia junto a sua companheira desde 2017 representando um importante papel no movimento de direitos dos homossexuais com vários projetos  na câmara neste sentido.Ela também era filiada ao Partido Socialismo e Liberdade conhecido como PSOL e foi eleita nas eleições de 2016 como a 5ª vereadora mais votada na cidade do Rio de Janeiro somando mais força as suas propostas ativistas já que agora contava com apoio popular.

3-Marielle se autodeclarava negra e era constantemente vista na presença de representantes do movimento negro atuando na promoção de iniciativas sociais que favorecessem pessoas marginalizadas.No dia do crime estava num local conhecido como Casa das Pretas num debate sobre ativismo feminismo.


E o crime,o que representou?
Marielle tinha uma importância simbólica muito grande e era reconhecida por isso nos meios sociais e políticos.Atuava na defesa dos marginalizados sociais além dos negros,homossexuais e em favor dos moradores de comunidades carentes que eram humilhados e mortos em operações policiais nos chamados autos de resistência,quando existe uma suposta reação ou ataque contra a policia gerando mortos ou feridos entre aqueles.Muitas delas investigadas como abusos cometidos pela polícia e denunciadas pela vereadora em sucessivas levas na câmara de vereadores,que se tornou uma vitrine para os seus discursos em favor de minorias.

As suas denúncias são umas das principais linhas de investigação seguidas pela polícia que também aborda a questão das milícias,grupos paramilitares que dominam a segurança particular,venda de TV a cabo ilegal,gás e também especulação imobiliária em comunidades da zona oeste do Rio de Janeiro.
Aparentemente os defensores dessa linha de investigação afirmam que a vereadora atrapalhava os negócios desses grupos paramilitares que planejaram e executaram o crime.

Protesto em Brasília contra o crime

Na noite de 14 de março por volta das 21:30 da noite,um carro perseguiu e alvejou o veículo que conduzia Marielle e sua assessora.O motorista Anderson Gomes foi morto com 3 tiros na região das costas enquanto a vereadora foi morta com 4 tiros,sendo 3 somente na região da cabeça.Não há dúvida de que ela era o alvo do atentado,justamente pela posição do atirador ao realizar os disparos
e seu ativismo político que pode ter prejudicado certos grupos.

Após a divulgação de sua morte várias autoridades políticas e sociais lamentaram e comentaram o caso desde o STF até o presidente do Brasil na época,Michel Temer, fazendo declarações públicas sobre o ocorrido.Recentemente 2 suspeitos foram presos pela participação no crime,ambos policiais militares um reformado e um expulso da corporação.A investigação prossegue em sigilo de justiça.

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