quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Já ouviu falar no 'Julgamento do Macaco'?O dia em que a teoria da evolução virou caso de polícia

 Embora pareça muito estranho foi assim que os jornais da época chamaram o julgamento do professor de biologia John Scopes por ter ensinado a teoria evolucionista em sua sala de aula. Na época,em 1925,havia uma lei que impedia o ensino de evolução pois era contra os ensinamentos bíblicos.Por causa dos religiosos acusarem Darwin de afirmar que o homem ''vinha do macaco'',o julgamento ficou assim conhecido.



A Evolução Fora da Lei

O ano era 1925 quando o então professor de biologia de uma escola de ensino médio do Tennessee,John Scopes,resolveu incluir a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin em seu plano de aula.O que aconteceu depois disso se tornou inédito na história pois todo um processo e ampla cobertura da imprensa celebrizou o caso.

Havia uma lei conhecida como Butler Act que começou a valer justamente naquele longínquo ano de 1925 por força da Assembléia do estado do Tennessee.Pelo fato do estado ter uma herança cristã muito vigorosa a lei proibia veementemente o ensino de qualquer teoria que contrariasse a criação divina.O homem foi criado por Deus e ponto final:argumentava a lei.

John Scopes


O protestantismo é a vertente religiosa cristã predominante nos EUA acima dos católicos inclusive que também sofrem com rejeição por parte desse segmento da sociedade americana que são acusados de serem dominados pelo papa em Roma e não à Constituição americana.

Como tudo aconteceu

Scopes foi acusado de propagar ideias que iam contra a criação divina dos seres humanos que descenderiam de Adão e Eva e não de primatas e ''animais inferiores'' como dizia a letra da lei.Alguns de seus alunos foram testemunhas de acusação.

Desde a publicação do livro A Origem das Espécies de Darwin os criacionistas,pessoas que negam a evolução em prol da criação divina,tentam diminuir o argumento evolutivo alegando que somente Deus seria capaz de criar a humanidade.Porém dentro dos livros didáticos usados no Tennessee também haviam trechos da evolução que a lei proibia.Scopes por ser um biólogo e professor da área se sentiu na obrigação de ensinar a teoria científica que confirmava a origem dos seres vivos do modo como havia aprendido.Foi o disparo para o inédito processo que tomou corpo a partir de maio de 1925.

Com a instauração de um processo criminal a pequena cidade de Dayton,onde tudo aconteceu,virou o foco da imprensa nacional e mundial.Nos 11 dias de julgamento criacionistas e evolucionistas se enfrentaram cara-a-cara na côrte americana tentando cada um provar sua teoria e assim convencer o júri.

Scopes foi defendido por um jovem advogado agnóstico enquanto o estado do Tennessee foi defendido por William Bryan,advogado e político muito influente que concorrera 3 vezes ao cargo de presidente dos EUA.

Scopes durante seu julgamento


E como tudo terminou?

Apesar de toda publicidade e escândalo em torno do caso:Scopes preferiu se declarar culpado e até mesmo motivou seus alunos e testemunhas de acusação a reforçarem essa posição.Ele foi considerado culpado e condenado a pagar uma multa simbólica de 100 dólares que significou o predomínio da criação divina contra a evolução das espécies.

Houve também muitas idas e vindas durante o julgamento com acusação e defesa confundindo se Scopes tinha ensinado ou não evolução em sua aula.O próprio acusado não admitia se havia ensinado embora havia um livro didático com claras informações favorecendo a seleção das espécies.

A lei que impedia o ensino da evolução foi enfim revogada somente no final da década de 1960.



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