Na antiga Cartago,colônia fenícia no Norte da África,crianças até certa idade não eram consideradas seres humanos e portanto eram entregues aos sacrifícios como forma de manter a ira dos deuses sob controle.Esse ponto sempre foi muito controverso entre arqueólogos já que poucos vestígios materiais restaram da civilização cartaginesa após a conquista romana que a devastou deixando esparsas ruínas e não haviam muitos indícios que levassem à essa conclusão que surpreendeu os estudiosos abrindo novas perspectivas sobre o uso dos sacrifícios.Considerava-se que os cartagineses eram como os romanos que sacrificavam animais em rituais religiosos.
De acordo com o historiador australiano Geoffrey Blaney os chineses também praticavam o sacrifício oferecendo jovens moças às divindades protetoras dos rios,lançando-as às águas que segundo suas crenças serviria para manter a prosperidade nos rios que criavam-na com peixes e a irrigação das lavouras de arroz,alimento básico em muitas nações do Oriente e símbolo da fartura e da própria prosperidade sendo lançado sobre os noivos em festas de casamento como superstição ao redor do mundo inclusive no Brasil.
Uma cena de sacrifício humano na cultura asteca onde o coração é retirado com uma faca da caixa torácica |
Os povos europeus também não eram imunes aos sacrifícios humanos como bem relata o viajante árabe Ibn Fadlan no livro Devoradores de Mortos,os vikings sacrificavam uma jovem mulher toda vez que um importante membro da comunidade morria,geralmente um bravo guerreiro. Contudo,é com a chegada dos espanhóis na América a partir de 1492 e com a conquista do império asteca que o significado e alcance da prática que os sacrifícios tinham é revelada ao mundo. Os deuses astecas se alimentavam da carne humana e precisavam dela para continuar protegendo seu povo,daí a importância que os rituais de sacrifício tinham na comunidade.
Boas safras na agricultura,prosperidade de caça e pesca,sucesso na guerra eram conquistadas através de sacrifícios. Na cultura asteca o sacrifício por ser um ato sagrado era visto como uma honra,e guerras eram travadas para captura de novas vítimas,pessoas endividadas podiam sofrer sacrifício,escravos e até mesmo pessoas se tornavam voluntárias para morrer por seus deuses praticamente não havia limites.
Uma mãe entregar seu filho para a morte era uma atitude honrosa e não rara entre eles. Durante o reinado do imperador Ahuitzotl por exemplo,um pouco antes da chegada européia na região,num único ritual coletivo foram sacrificadas a impressionante marca de 20 mil pessoas.
Conta-se em relatos da época recolhidos por missionários espanhóis que fileiras de crânios humanos eram depositadas ao redor do Templo Maior,símbolo arquitetônico da cultura asteca na capital do império.Os corações eram sempre removidos e erguidos ao alto como oferendas ao deus Huitzilopochtli,deus do sacrifício.
Hoje,os sacrifícios são vistos com horror e repulsa e não são mais praticados na grande maioria das civilizações do mundo mesmo naquelas que no passado fizeram seu uso sob qualquer justificativa e são condenados pela lei e os direitos humanos relativos à vida,mesmo que isso interfira diretamente na cultura que o pratique.
Hoje,os sacrifícios são vistos com horror e repulsa e não são mais praticados na grande maioria das civilizações do mundo mesmo naquelas que no passado fizeram seu uso sob qualquer justificativa e são condenados pela lei e os direitos humanos relativos à vida,mesmo que isso interfira diretamente na cultura que o pratique.
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