domingo, 18 de novembro de 2018

Você sabe o que é a ufologia?

Ufologia em linhas gerais é o estudo dos objetos voadores não-identificados,os OVNI's, e por extensão dos fenômenos que envolvem extraterrestres no planeta Terra.O termo ufologia é recente e passou a ser usado com mais frequência a partir dos anos 1960 quando uma onda de avistamentos de OVNIs passou a fazer parte do cotidiano da sociedade tecnológica moderna.
Uma explosão de casos e testemunhas oculares de fenômenos extraterrestres estampavam as capas de jornais e revistas incluindo até mesmo o suposto sequestro de seres humanos perpetrados por naves espaciais,evento conhecido no meio ufológico como abdução.


Existem até mesmo categorias de contato entre seres humanos e extraterrestres como de 1º,2º ou 3º graus,hoje havendo até mais categorias que essas variando de acordo com observação do OVNI até as próprias abduções que seriam o grau máximo de contato.

Um dos primeiros casos registrados que teriam dado origem ao fenômeno OVNI na era moderna é atribuído ao piloto amador Kenneth Arnold em 1947.Conta-se que Arnold estava operando seu avião de pequeno porte sobre as colinas de Washington nos EUA quando teria percebido que era seguido por pequenos discos brilhantes cuja velocidade era muito superior a qualquer outro avião que ele havia visto.Sua história se tornou célebre desde então inaugurando os estudos ufológicos.Neste caso,foi usado pela primeira vez o termo 'disco voador' que se tornaria famoso desde então na ufologia a partir daquela data.

Contexto histórico
Nos anos 1960,no auge do movimento hippie e contracultural muitas pessoas aderiam a moda da Era de Aquário tornando-se místicas e esotéricas sobretudo com o uso de substâncias psicoativas como o LSD e a maconha que causavam estados alterados de consciência e suposta comunicação com o mundo espiritual e até extraterrestre.Monumentos históricos como Stonehenge na Inglaterra ou as ruínas do império inca no Peru eram constantemente visitadas por simpatizantes das teorias dos antigos astronautas proposta pelo hoteleiro suíço Erich Von Daniken e hippies que acreditavam que tais monumentos terem sido construídos com a ajuda de aliens vindos do espaço sideral.
Assim programas de TV,jornais,revistas exploravam o tema com sensacionalismo de modo a vender as histórias ao maior público possível.

'Moais' na Ilha de Páscoa,alguns ufólogos alegam que teriam sido construídos por extraterrestres

Casos muito famosos se tornaram comuns no contexto da ufologia despertando medo e curiosidade até mesmo naqueles que não acreditavam em tais fenômenos.Um dos mais famosos teria sido a queda de um disco voador legítimo no deserto do Novo México nos EUA logo após o fim da Segunda Guerra Mundial,especificamente em 1947.De acordo com fontes não-oficiais,ou seja não reconhecidas pelo governo,um fazendeiro local teria descoberto por acaso pedaços de um disco voador que se acidentou em sua passagem pela Terra.Ele reconheceu os destroços do disco como algo inédito que ele jamais havia visto assim como estranhos hieróglifos escritos da lataria além,claro,de uma criatura que estaria pilotando a nave no momento da queda e que parecia já estar morta.

Jornal da época divulgando suposto disco voador no caso Roswell

Esse surpreendente caso conhecido mundialmente como Roswell,devido à cidade próxima deste evento,se tornou um ícone da ufologia reconhecida ainda hoje como um dos maiores mistérios do assunto e repleta de teorias conspiracionistas que a explicariam pois supostamente o governo americano não deu maiores explicações sobre o incidente preferindo 'abafá-lo'.

Rumores jamais confirmados alegavam que membros do exército coagiram as testemunhas do caso a manterem silêncio sobre ele já que a versão oficial divulgada pela imprensa local seria da queda de um balão meteorológico confundido com destroços de um suposto disco voador.A suposta criatura teria sido levada para análises de laboratório numa base secreta da força aérea americana,a Área 51.

Esta é uma característica muito comum da ufologia:a conspiração.Enquanto pseudociência a ufologia não conta com o apoio sistemático do método científico em comprovar seus casos e afirmações permanecendo na fronteira do ridículo e imaginação não contando com a credibilidade e a confiança da comunidade científica. A maioria dos casos não tem um estudo sério e por isso mesmo são mais passíveis de invenções e contradições facilmente desmentidas por estudiosos de outras áreas como médicos,astrônomos e demais cientistas.

E no Brasil..
No Brasil a ufologia permanece como uma curiosidade levada adiante por alguns pesquisadores espalhados pelo país como Ademar Gevaerd ou Ubirajara Rodrigues que cobriu o misterioso e nacionalmente conhecido caso do Et de Varginha em 1996,um dos maiores ícones da ufologia nacional transformada em atração turística na cidade mineira onde tudo teria acontecido.Também há simpatizantes e até comunidades inteiras dedicadas ao culto dos seres extraterrestres como o chamado et Bilu na cidade de Corguinhos no Mato Grosso do Sul que se tornou famoso sendo até mesmo tema de reportagens de TV.

Boneco do suposto et na cidade mineira de Varginha que se tornou atração turística local
A ufologia conquistou certo espaço na cultura popular sobretudo com a ascensão da tecnologia de ponta no pós guerra,a expansão da aviação comercial,da tecnologia militar com novas armas na Guerra Fria(1946-1991) que potencializou a aparição de objetos voadores não-identificados nos céus de todo o mundo com a produção de foguetes,mísseis e aviões espiões secretos que em muitos casos confundiam pessoas desinformadas.
Na literatura,cinema e até música os extraterrestres são criaturas privilegiadas que mantem um nicho de mercado muito atraente para a indústria já que despertam diferentes sensações nas pessoas se tornando célebres estrelas como no filme E.T de Steven Spielberg ou os destruidores e inimigos da humanidade no livro Guerra dos Mundos do escritor inglês H.G.Wells que também já foi adaptado para o cinema.

quinta-feira, 15 de novembro de 2018

O que foi a Gripe Espanhola?A maior pandemia que o mundo já viu.

Era 1918,final da Primeira guerra quando os soldados entrincheirados na Europa começam a cair doentes e morrerem,ninguém sabia ainda o que podia estar acontecendo,era só o início de um mal que faria mais vítimas que a própria guerra iniciada em 1914 já estava fazendo:a Gripe Espanhola.Dores no corpo,manchas pela pele e por fim a falta de ar que levava à morte,eram os sintomas recorrentes de quem adoecia da misteriosa gripe que tomou conta do mundo naquele ano.

Enfermaria improvisada com doentes da gripe

Os corpos não enterrados,as condições precárias de higiene nas trincheiras e o vai-e-vêm de soldados de todas as partes do mundo ajudaram a espalhar uma das doenças mais mortais que a humanidade já viu,se contarmos a quantidade de vítimas em relação ao pouco tempo em que ela esteve ativa,somente 1 ano.A medicina da época não estava preparada para a letalidade e propagação da gripe onde até mesmo os estudos sobre os vírus eram discretos e insuficientes.

A doença foi global e o nome gripe espanhola que foi creditado à Espanha onde supostamente teria acontecido os primeiros casos da doença já é uma versão desmentida pois foi nos EUA o registro inicial.No Brasil a doença teria chegado pelo porto de Recife enquanto no Rio de Janeiro,a capital federal do Brasil à época, morreram cerca de 12 mil pessoas,de acordo com algumas fontes sendo que uma delas foi o próprio presidente do Brasil na época,Rodrigues Alves.

Até mesmo em jogos esportivos o uso da máscara contra a gripe era usada

Ao redor do mundo a doença se espalhou como fogo na palha,fazendo centenas de milhares de vitimas indiscriminadamente,na Índia os corpos dos mortos eram depositados nas próprias ruas por falta de espaço transformando-a numa realização dos temores de um apocalipse na terra.

A gripe era mesmo espanhola?
De acordo com a historiografia atual se considera que os primeiros casos registrados da doença foram nos EUA em um acampamento militar ou ainda na Ásia.A confusão vêm do fato que a doença já estava em circulação antes do registro dos primeiros casos e divulgar o contágio de doenças graves que abatiam soldados de seus respectivos exércitos não era bem visto pelos países em guerra.

Considera-se o contexto da Primeira Guerra e a censura da imprensa nos países envolvidos no conflito que não admitiam,em sua grande parte,a veiculação de notícias ruins sobre si a demora pelo reconhecimento da propagação de uma epidemia global que contaminava milhões de pessoas em níveis jamais vistos na história. E conforme conta o médico e historiador Stephan Cunha a Espanha era um país neutro no conflito e noticiava o avanço da doença sem censuras descrevendo o dia-a-dia dos problemas advindos com ela de modo aberto causando a sensação de ser a origem do vírus sendo assim conhecida como gripe espanhola desde então.Contudo,a França foi a primeira nação européia a ser afetada pela gripe.


Quem foi o vírus mais letal que a humanidade já viu?
Foi o vírus H1N1 o responsável pela morte de 50 milhões de pessoas em 1918.Até aquela época pouco se conhecia a respeito da natureza dos vírus já que os estudos ainda eram incipientes naquele início de século XX e assim não se acreditava que eles poderiam ser os responsáveis pela gripe.Assim se pensou inicialmente que a gripe seria causada por uma bactéria com alto poder de contágio.

Leve-se em conta por exemplo que a maior parte de todas as doenças devastadoras conhecidas até aquela época eram veiculadas por bactérias mortais como a da sífilis e a tuberculose,a conhecida peste branca,que juntas mataram milhões de pessoas ao redor do mundo até a chegada dos antibióticos reduzindo drasticamente a incidência dessas moléstias.A gripe espanhola portanto era um fenômeno médico novo causado por um agente infeccioso misterioso.

Tanto foi assim que somente muitas décadas depois da pandemia que o vírus foi enfim identificado e 5 pessoas tiveram papel chave nesta descoberta científica,não por acaso.De acordo com a enciclopédia Globo 2000 cerca de 1 bilhão de pessoas teriam sido contaminadas pela gripe o que equivalia em valores da época a 50% da humanidade,fazendo da gripe espanhola uma das mais mortais e bem-sucedidas pandemias da história.

Um homem com pulverizador tenta controlar o contágio da gripe

A morte causada pela gripe

Embora não haja consenso, os historiadores estimam entre 20 e 50 milhões o número de vítimas fatais provocadas pelo terrível vírus ou seja 5 vezes mais vítimas que a guerra fez em 4 anos.Enquanto a gripe esteve ativa,o saldo de mortes foi sempre crescente produzindo pilhas de corpos que geravam outros problemas sanitários,devido a necessidade de sepultá-los.O mundo estava por um lado comemorando o fim de uma terrível guerra com o armistício de 1918 e por outro já lamentava a morte de entes queridos para uma doença desconhecida.

Cumpre ressaltar que o vírus permaneceu um mistério por muitas décadas mesmo depois da eclosão de outras epidemias perigosas como a gripe asiática em 1957 ou a gripe de Hong Kong em 1968 onde os estudos sobre a propagação de doenças e viroses estavam mais adiantados.Somente na década de 1990,mais de 70 anos depois é que uma dupla de cientistas foram atrás do causador da pandemia de modo a entender e estudá-lo como não havia sido feito em 1918.

Voluntários da Cruz Vermelha ajudando vítimas da gripe

Para a identificação do vírus foram necessárias 5 pessoas,cujos corpos que haviam preservado partes do vírus entre elas soldados e um esquimó conservado no gelo do hemisfério Norte.A partir de amostras dos pulmões desses corpos, um levantamento do vírus pode ser feito se chegando ao H1N1. Primeiro de uma série de um grupo de vírus que se distribuíram com alta taxa de mortalidade pelo globo daquela data em diante.

Embora tenham acontecido surtos de gripe com relativo número de mortes gerando pânico em épocas mais recentes como a gripe suína e aviária nenhuma delas foi tão devastadora quanto a gripe de 1918.