quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

Os mistérios e revelações da Ilha de Páscoa

Isolada no meio do oceano Pacífico essa ilha de origem vulcânica impressiona todos aqueles que põem os olhos em suas magníficas estátuas,conhecidas como moais,um habilidoso trabalho de escultura nas rochas vulcânicas que ainda hoje intrigam arqueólogos e antropólogos que buscam entender o seu significado. Repleta de histórias surpreendentes a ilha que também é conhecida como umbigo do mundo,devido a sua remota localização guarda segredos que muitas vezes geram polêmicas como as alegações de visitas de extraterrestres à ilha ou a travessia transoceânica por jangadas no povoamento das ilhas da Oceania.

Devido a isso ,esse post terá continuação para maiores detalhes.No entanto desde a chegada dos europeus e o início do fim do povo rapanui,fosse pela introdução de doenças ou pela escravização a exemplo do que aconteceu no continente americano.

Uma postagem sobre a teoria dos deuses astronautas já foi publicada neste blog,clique aqui para ler.



A ilha ainda hoje guarda muitos segredos e curiosidades que atraem turistas de todo o mundo além de muitos trabalhos de historiadores e arqueólogos que buscam compreender as origens do povo nativo dessa ilha tão isolada que encanta as pessoas.



Fatos importantes da Ilha de Páscoa

1-A Ilha de Páscoa recebeu esse nome devido às primeiras visitas de europeus vindos da Holanda,já que no dia em que Jacob Rogeeveen aportou nela,era dia de Páscoa batizando-a.A pioneira visita deste capitão holandês teve uma influência importante na compreensão histórica da ilha pois as descrições do povo rapanui eram ainda intocadas pela colonização que aconteceria tempos depois.James Cook,outro importante navegador europeu da época realizou muitas observações da ilha para recolher relatos com a ajuda de um tradutor taitiano que conseguia entender a língua falada pelos moradores dela.

2-Os pascoenses,como são chamados os moradores da ilha,tinham um sistema social muito avançado com um chefe tribal e conselho com funções específicas para cada membro.Estudos arqueológicos indicam um período de fome intensa na ilha que isolada no oceano não tinha muitos recursos para manter sua população com indicações de canibalismo.

3-Estudos recentes apontam que uma grave crise ecológica associada à construção e transporte das famosas estátuas de moais foram as responsáveis ou que potencializaram o colapso da civilização pascoense.

Escrita rongorongo


4-Eles desenvolveram uma estranha e difícil escrita cujo significado,a rongorongo, ainda permanece um mistério a exemplo do que foi com os antigos hieróglifos egípcios 200 anos atrás.


O Mistério dos Moais

Esculpidas diretamente na cratera do vulcão Ranu Raraku com simples ferramentas de pedra que ainda existem abandonadas no vulcão,eles transportavam essas enormes esculturas em todos os pontos da ilha como satisfação aos seus deuses,algumas chegam a pesar 70 toneladas o que demandava um grande esforço físico para transportá-las pela encosta íngreme do vulcão até o local de descanso na praia,muitas delas inclusive não resistiram a viagem tombando ou se danificando no caminho como são vistas hoje na ilha.

Transportar estátuas de dezenas de toneladas exigia em média 200 homens como demonstrado em estudos modernos divulgados pelo pesquisador Jared Diamond.Este transporte demandava o corte de muitas árvores que começaram a ficar cada vez mais raras na ilha.E eram com elas que canoas eram feitas para realizar pesca mais ao longe da praia para capturar golfinhos, onde esta estava mais difícil.Menos árvores significou menos canoas com menos pesca e menos alimentos.

Moais alinhados à beira da praia

É realmente uma obra que impressiona pela grandeza,esforço físico e significado que tinha para os moradores e que causou um impacto ambiental tão forte na ilha que pode ter sido mais um agravante para a ruína da própria comunidade ainda antes da colonização dos europeus que terminariam de por fim a ela.Todos os moais curiosamente estão com o rosto voltado para a ilha como num sinal de proteção ao seu Deus criador que estaria numa posição de vigilância de seus fiéis moradores.


As teorias que tentam explicar a origem do povo rapanui giravam em torno daquela proposta pelo norueguês Thor Heyerdahl que afirmava que os índios da América do Sul construíram jangadas fortes o suficiente para atravessar o oceano rumo à ilha e colonizá-la.
No entanto estudos genéticos e de arqueologia confirmam que os reais colonizadores da ilha vieram da Ásia navegando de ilha em ilha até alcançar todos os arquipélagos da Oceania habitados.As Ilhas Marquesas,Pitcairn e Henderson foram locais onde esses nativos pararam para descanso durante sua longa viagem de descobrimento da Ilha de Páscoa depois se dividindo em direção à Nova Zelândia e Polinésia,uma vastíssima e remota área do Oceano Pacífico.

Passados muitos séculos desde essa colonização e a chegada dos europeus,os ilhéus sofreram com a escravidão,as doenças introduzidas e em tempos mais recentes pelo desmerecimento cultural por parte do Chile,que assumiu a administração política da Ilha transformando-a em parte de seu território ultra-marino.Muitas revoltas contra o domínio europeu e chileno foram tomadas e hoje os remanescentes do povo rapanui tentam manter seu antigo modo de vida sendo o turismo sua fonte de renda e principal atividade da ilha.



sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

A Biblioteca e Farol de Alexandria-Conheça mais sobre esses monumentos à maravilha humana

Hoje o blog vai abordar 2 assuntos que são um deleite para os amantes do romantismo e do heroísmo na antiguidade humana que ainda hoje mantem um fascínio sobre as pessoas:a biblioteca e o farol de Alexandria.Ambos com forte importância histórica e cultural para a humanidade.Vamos entender e conhecer melhor esses 2 monumentos do conhecimento humano.

Como tudo começou...
O conquistador do mundo antigo Alexandre-o Grande chega ao Egito em 332 antes de Cristo com o maior e mais poderoso exército de sua época,vindo de conquistas que iam da Pérsia,atual Irã,até a Índia passando pela Grécia,já havia ocupado e dominado quase metade do mundo conhecido da época. E ao ocupar o Egito e lá estabelecer uma dinastia,Alexandre diferente de outros generais como os temidos Átila e Genghis Khan,transforma o país em uma herança para as gerações posteriores.Por isso mesmo ao chegar no Egito já batiza a cidade na qual desembarca de Alexandria em homenagem a si próprio,nome que se mantem até hoje.A biblioteca e o farol seriam construções realizadas por faraós colocados no poder por Alexandre.

Representação da biblioteca de Alexandria


De fato,podemos colocar que ambas as construções embora não concebidas por Alexandre o Grande,tinham sua inspiração que foi o gosto pela cultura,pois ele absorvia literatura,arte e a língua dos povos que conquistara como foi na sua curta estadia no Egito onde percorreu o país de Norte a Sul visitando templos e honrando os deuses locais um exemplo incrível do multiculturalismo e assimilação.

Glória e tragédia entre os livros

Sobre a biblioteca,os primeiros dados relativos à ela podem ser rastreados até Ptolomeu I Sóter,um dos generais de Alexandre que travou uma intensa guerra com um general rival pelo controle do país após a morte de Alexandre.Ptolomeu que deu origem a dinastia ptolomaica da qual terminou com Cleópatra teve uma ideia que mudou o rumo do armazenamento de conhecimentos que se faziam naquele distante milênio:ele queria ''um livro de cada parte de todo o mundo'' reunindo o maior acervo cultural do mundo antigo.
Hoje passados mais de 2 mil anos,as fontes são muito confusas sobre a quantidade de livros e documentos devido as diferentes versões contadas sobre a biblioteca como afirma o estudioso Luciano Canfora contudo num cálculo mais apurado desenvolvido por arqueólogos europeus estima-se que 500 mil papiros estavam guardados em sua área e no Serapeum,uma espécie de centro de estudos anexo ao prédio principal da biblioteca de onde só restam ruínas.

Rara pintura de Alexandre o Grande


A biblioteca de Alexandria é envolta em lendas e mistérios que impressionam estudiosos e as pessoas de modo geral sobretudo à tragedia de sua destruição ao longo dos séculos.Para quem conhece a história a biblioteca foi destruída por um terrível incêndio criminoso na época de Cleópatra,porém foram sucessivos incêndios com o último cometido pelos muçulmanos no século VII que puseram fim à ela.César,imperador romano e amante de Cleópatra foi o responsável pelo primeiro grande incêndio no local.

Sobre a herança cultural calcula-se que até mesmo Cleópatra tivesse obras escritas em seu nome guardadas no acervo e a primeira tradução documentada da Bíblia foi realizadas dentro de seus portões.Vinda do hebraico,a língua dos judeus antigos,levou 70  dias para ser traduzida para o grego,a língua dos macedônicos do qual fazia parte Alexandre e Cleópatra.Esta primeira tradução da Bíblia ajudou a popularizá-la em outras partes do mundo culto e foi realizada por 72 judeus intelectuais que dominavam o grego.
Hoje com o avanço da arqueologia no local onde restam as ruínas da biblioteca estima-se que uma grande parte do conhecimento escrito do mundo egípcio antigo tenha sido perdido com os incêndios e o governo do país 'reconstruiu' a biblioteca numa versão moderna na mesma cidade com itens atuais aproveitando-se assim da fama de sua antecessora do passado distante.

E o farol?
O farol da Ilha de Faros,de onde todos os outros pegariam emprestado o nome já que farol vêm de Faros.Considerado uma das sete maravilhas do mundo antigo e por isso mesmo lembrado para a eternidade tinha cerca de 118 metros de altura,esta varia de acordo com as fontes pesquisadas,um colosso para a época devido às dificuldades de se construir monumentos tão altos.



E como era esse farol antigo?Ele realmente existiu ou foi  só uma história?

Havia uma brilhante fogueira ardendo em seu topo que era refletida num alcance de até 50 km de distância para guiar os navios.Era todo construído em mármore branco que reluzia na luz do sol e possuía 2 estátuas em sua entrada.Hoje com  o avanço da arqueologia novas investigações tem sido realizadas e se cogita a hipótese de não haver uma fogueira ardendo devido a escassez de madeira no Egito conforme entrevista de especialistas ao canal History Channel.Se havia tão pouca madeira como manter um fogo aceso durante todas as noites?
O farol foi construído em 3 níveis diferentes com a base sendo em forma de quadrado,o meio dela em forma de octógono(de 8 lados) e o topo em forma circular para facilitar a propagação da luz emitida.

Um dado curioso sobre o farol é que o faraó Ptolomeu Philadelphos(sucessor de Ptolomeu Sóter referido bem acima)mandou escrever seu nome na fachada do monumento porém o arquiteto responsável pelo projeto teria escrito o próprio nome abaixo daquele do faraó que foi erodido com a passagem do tempo revelando e permanecido somente o seu gravado nele.

Também muito se cogitou sobre a real existência do farol pois não foram encontrados vestígios dele na cidade por muito tempo somente fontes indiretas como citações em documentos e moedas por exemplo.Mas como ele fazia parte das 7 maravilhas do mundo antigo documentada pelos gregos e algumas delas ainda existem como as pirâmides do Egito,o farol torna-se confiável.O farol foi demolido por sucessivos terremotos e seus restos reaproveitados em construções posteriores na própria cidade de Alexandria tendo seu último registro no século VII quando os muçulmanos chegam ao Egito e a biblioteca é totalmente destruída por ordem do emir islâmico Amr Ib.

Uma herança eterna

Concluindo que a biblioteca de Alexandria representou um dos maiores acervos culturais de todos os tempos cujo pioneirismo de seu rico patrimônio permanece de grande importância tal como as grandes bibliotecas do mundo contemporâneo como a do Congresso de Washington nos EUA com seus 30 milhões de volumes e a Biblioteca Britânica que reúnem os maiores acervos do mundo.Contudo comparando com a época em que a Biblioteca de Alexandria foi erguida junto com sua ideia principal ela certamente reina como uma das pioneiras do multiculturalismo do conhecimento  humano e o farol uma das maravilhas e guias do mundo antigo.